Neste dia, em 1360, nascia um menino a quem mestre Tomás prodigalizou um futuro à altura do

Mas o reino e o condestável viviam numa torrente de energias positivas que já vinham de Afonso Henriques e que Coimbra manifestava pela sentença que fez o Mestre aceitar o trono contra ventos e marés... O Rei, o boa memória da ínclita geração (11.04.1357) simboliza o fogo que complementa o batismo dos cavaleiros e monges da Távola Redonda ou os mestres dos templos futuros dos navegadores e missionários – preservando ao mesmo tempo a privacidade dos autóctones e o estabelecimento da comunicação entre culturas antagónicas do ponto de vista do eixo das particularidades de cada uma. É o eixo dos equinócios, do nascimento e desmaio das dores da Virgem a apanhar cereal num campo de moura encantada e tradição...
O movimento da natureza é duplo (ascendente – Trópico de Capricórnio, e descendente – Trópico de Câncer)

D. Nuno cumpriu o preceito da ação sobre a palavra dada pela rainha e madrinha do batismo de fogo. É um ídolo nacional, um mito medieval que tem sempre leitura no presente e futuro da história da nação lusitana. O seu elemento é Água com signo em Caranguejo e o seu temperamento linfático equilibrado pelo heroísmo e a contemplação. Mas estes sentimentais (Água: Peixes, Câncer e Escorpião) também dão homens de génio construtores de impérios e taumaturgos que aliviam as dores dos que sofrem, através da sua palavra e das ações de caridade que praticam por entre os hospitais em contacto com os que sofrem pela dissolução do ego ou de um desgosto que chega do mar ou de outra desgraça qualquer.

Nun’Álvares Pereira
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
‘Sperança consumada,
S. Portugal sem ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver.
Fernando Pessoa, Mensagem

idade nacional
Ainda neste dia, e nos primórdios da nacionalidade, a 24 de Junho de 1128, teve lugar a famosa Batalha de S. Mamede, entre as tropas do príncipe Afonso Henriques e as de sua mãe, que queria anexar o Condado Portucalense à Galiza. Da luta entre os dois elementos, o fogo do guerreiro e a natureza dissoluta da mãe, sairia vitorioso o futuro rei de Portugal e a Pátria de Camões, que cantou n'Os Lusíadas (III, 30-33) esse ato de bravura e de independência do jovem príncipe, que, naquela na tarde do dia de celebração da festa de S. João , fez nascer os destinos de uma nação:
Mas o Príncipe Afonso, que desta arte
Se chamava, do avô tomando o nome,
Vendo-se em suas terras não ter parte,
Que a mãe, com seu marido, as manda e come,
Fervendo-lhe no peito o duro Marte,
Imagina consigo como as tome.
Revolvidas as causas no conceito,
Ao propósito firme segue o efeito.
De Guimarães o campo se tingia

Co'o sangue próprio da intestina guerra,
Onde a mãe, que tão pouco o parecia,
A seu filho negava o amor e a terra.
Com ele posta em campo já se via;
E não vê a soberba o muito que erra
Contra Deus, contra o maternal amor;
Mas nela o sensual era maior.
Ó Progne crua! ó mágica Medeia!
Se em vossos próprios filhos vos vingais
Da maldade dos pais, da culpa alheia,
Olhai que inda Teresa peca mais:
Incontinência má, cobiça feia,
São as causas deste erro principais:
Cila, por uma, mata o velho pai,
Esta, por ambas, contra o filho vai.
Mas já o Príncipe claro o vencimento
Do padrasto e da iníqua mãe levava;
Já lhe obedece a terra num momento,
Que primeiro contra ele pelejava.
Porém, vencido de ira o entendimento,
A mãe em ferros ásperos atava;
Mas de Deus foi vingada em tempo breve:
Tanta veneração aos pais se deve!
fogo e água
A Igreja Católica celebra neste dia a festa litúrgica de S. João Batista, o precursor de Cristo.

Esta festa acontece no início da entrada do Sol na constelação do Câncer (signo zodiacal Caranguejo, Água), que marca o solstício de Verão. A celebração desta data é muito antiga, sendo outrora esse dia (data) dedicado, na mitologia de vários povos, ao culto do Sol, como o imperador Heliogábalo ou um deus do panteão da mente oriental, mas também ao herói que sai vencedor da sua luta interior ao alcançar a liberdade de mover-se pela senda da sua dupla natureza: herói e santo (no oriente e ocidente) - fogo e água.
O Verão está associado, tradicionalmente, ao fogo e à cor vermelha do fulgor das mitologias e lendas; o fogo do Sol transforma-se na energia que amadurece as searas e nos aquece nas noites mais orvalhadas da época, sendo típico (em algumas desses festejos) saltar fogueiras, cantando:
Fogo no sargaço,
saúde no meu braço!
Fogo na giesta,
saúde na minha testa!
Fogo no afeito,
saúde no meu peito!

A água encontra-se presente no relato bíblico de Cristo a ser batizado por João (e nas Bodas de Canã), com o significado de uma energia transcendente de estado do ser humano, e no folclore sob vários aspetos, mas sempre com a virtude miraculosa de transformação das qualidades daquilo que toca, uma vez que se crê que adquire nessa noite (23 de Junho), a capacidade de purificar (água benta) tudo o que entra em contacto com ela.