
Vico, no século XVIII, retomou a Filosofia da História, sendo considerado seu fundador. O costume de sempre: os portugueses são pioneiros e os outros depois conquistam a fama. Entre um e outro há uma distância de treze séculos. No século XX, Pietro Ubaldi enfatiza de novo o sentido da História, enquanto Toynbee, desiludido com os determinismos geográfico e racial, admite forças místicas agindo no impulso dos movimentos civilizadores.
Logo depois de Paulo Osório, português antes de haver Portugal, Santo Isidoro de Sevilha, no século VII, considerado o maior sábio do seu tempo, captou o futuro da Humanidade, atribuindo a Missão de unifica-la a um povo do ocidente da Península Ibéria, essas profecias estiveram em voga na Espanha, ante o fracasso do Império de Carlos V e referiam-se já à missão de Portugal. A Igreja proibiu-as por motivos óbvios: ela só admitia tal missão para a Espanha, seu braço direito e instrumentos inquisitorial para o domínio do mundo. É de salientar-se também que as profecias de Santo Isidoro, reaparecidas no começo do século XVI, formaram uma tradição na Espanha, anterior portanto ao aparecimento de Bandarra em Portugal, já a meados do século, aliás contemporâneo de Nostradamus, mas sem a mesma fama, devido à conspiração de silêncio do quarteto europeu (França, Itália, Inglaterra e Alemanha). Quarteto que concedeu guarida a mais dois: Espanha e Rússia. Sexteto que monopoliza a cultura europeia.
[Jonas Negalha, O sentido da história à luz da tradição]